Segundo Apeop, se não houver retomada de investimento, setor continuará demitindo

O enfraquecimento da economia e a queda nos investimentos de infraestrutura - aliados aos efeitos da Operação Lava Jato - tem arrastado o setor da construção civil para uma onda de demissões em massa, recuperação judicial e inadimplência. Até o fim do ano, se não houver nenhuma reversão, o setor deverá amargar uma queda de 8,6% do Produto Interno Bruto (PIB) - o pior, pelo menos, dos últimos 13 anos.

"Sem dúvida, o resultado terá impacto no crescimento econômico do País. Se nada acontecer, poderemos sair de uma recessão para uma depressão", afirma o economista Gesner Oliveira, sócio da GO Associados, responsável pelo Boletim Trimestral da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop). Ele explica que, num quadro de depressão, a queda na taxa de crescimento do País é acompanhada da desmobilização do parque produtivo. "E é o que está começando a ocorrer, com empresas fechando as portas", afirma o presidente da Apeop, Luciano Amadio.

Nos últimos 12 meses, o setor fechou 274 mil vagas de emprego formal. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que considera empregos formais e informais, o setor já demitiu 609 mil pessoas em um ano. Nada garante que esse movimento será interrompido em breve. Pelo contrário, a expectativa é que continue nesse ritmo, pois não há novas obras para dar impulso ao caixa das empresas, afirmam os representantes da Apeop.