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Waldemar Barnsley Pessoa

Rua Visconde de Inhaúma
- Ribeirão Preto

 
 
 
Médico paulista que ocupou o cargo de Deputado Federal e que brilhou na cidade de Ribeirão Preto onde, junto com outros ilustres colegas, fundou um dos mais importantes Hospitais do interior de São Paulo. 
Dr. Waldemar Barnsley Pessoa nasceu no município de São João da Boa Vista, interior de São Paulo, no dia 23 de janeiro de 1897. Era filho do Dr. Leonel Estanislau Pessoa de Vasconcelos, médico, e de Dona Anna Barnsley. 
Iniciou seus primeiros estudos em sua terra natal, mas com a mudança da família para a São Paulo, teve que concluir sua formação na capital paulista, onde realizou os cursos primário e ginasial, ambos no Colégio Anglo-Brasileiro. Depois de concluir seus estudos fundamentais, ingressou na Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, no ano de 1917. 
Obedecendo sempre à sua vocação, foi assistente do ilustre cirurgião da época, o Prof. Dr. João Alves Lima, na cátedra de Clínica Cirúrgica e também em sua clínica particular. Desde cedo sua posição de liderança se fez sentir entre os colegas, tendo sido eleito em 1920 para o cargo de Presidente do Centro Acadêmico “Oswaldo Cruz”, dos estudantes de medicina de sua faculdade. Formou-se no ano de 1922, após defender a tese “Prostatectomia Transvesical”, aprovada com louvor.  
Após sua formatura, dirigiu-se para Vargem Grande do Sul, onde iniciou suas atividades profissionais. Atendia também muitos casos provenientes de sua terra natal, para onde se dirigia quando solicitavam sua presença. Nesta época havia poucos médicos em toda a região, e todos aqueles que dominavam técnicas cirúrgicas com destreza, eram muito requisitados. No entanto, não permaneceu muito tempo no município, mudando-se para Casa Branca, que oferecia melhores condições hospitalares para o desempenho de suas atividades cirúrgicas. Foi nesta cidade que sua estrela começou a brilhar.  
Casa Branca, na ocasião, era conhecida como importante foco irradiador de cultura, sendo procurada por aqueles que buscavam um aperfeiçoamento cultural, ou para estagiar em sua Escola Normal, a fim de obter o certificado de habilitação para o exercício do magistério. Neste município, Dr. Waldemar continuou atendendo tanto à população de sua terra natal, quanto de Vargem Grande do Sul e de outras cidade da região, já que sua fama começou a aumentar. Depois de cada labuta diária, costumava se reunir com amigos na casa de Artur Guzzi, no interior da Farmácia Musa, para uma conversa informal. Foi neste local que conheceu Aracy Musa, prima de Manoelita, esposa do farmacêutico, em cuja casa se hospedava. Ela vinha estagiar na Escola Normal, a fim de se credenciar para o exercício do magistério, após haver concluído o curso ginasial em Ribeirão Preto. Jovem, bonita, graciosa, possuidora de uma voz agradável, cantava acompanhando-se ao violão, para encantamento do Dr. Waldemar, que não conseguiu resistir ao seus encantos. 
Casaram-se na cidade de Ribeirão Preto no dia 28 de dezembro de 1929, e deste casamento nasceram três filhos: Ana Amélia Pessoa, nascida em Casa Branca no dia 22 de novembro de 1930, que casou com o Arquiteto Cássio Pinheiro Gonçalves com quem teve cinco filhos – Luiz Roberto Pessoa Gonçalves, Paulo César Pessoa  Gonçalves, Maria Teresa Pessoa Gonçalves, Maria Cristina Pessoa Gonçalves e Ana Lúcia Pessoa Gonçalves; João Paulo Musa Pessoa, nascido em São José do Rio Pardo no dia 8 de março de 1932, formou-se em Medicina e casou-se com Dona Maria Claudia Junqueira Santos com quem teve três filhos – André Junqueira Santos Pessoa, Juliana Santos Pessoa e Maria Verônica Santos Pessoa; e Regina Helena Musa Pessoa, nascida no dia 23 de fevereiro de 1934 em Ribeirão Preto, casou-se com o Engenheiro Antonio Paschoal Júnior com quem teve quatro filhos – Mauricio Pessoa Guimarães, Luciano Pessoa Guimarães, João Alfredo Pessoa Guimarães e Ana Lucila Pessoa Guimarães.  
No dia 6 de abril de 1927 embarcou para a Europa em viagem de estudos, onde permaneceu por dois anos na França e, mais demoradamente, na Alemanha, especializando-se em cirurgia. Dias antes de sua partida, recebeu homenagens do povo casabranquence que o tinha em grande estima, com a inauguração de um belo retrato seu no salão nobre da Santa Casa local, e um grande baile de despedida nos salões do Clube Casa Branca. 
Ao retornar ao Brasil, fixou-se inicialmente na cidade de São José do Rio Pardo, onde foi Cirurgião-Chefe no modelar Hospital São Vicente, tendo fundado um moderno Centro Cirúrgico na região. No ano de 1932, durante a Revolução Constitucionalista, foi o Capitão Médico das forças revolucionárias do Setor, sob a chefia do Comandante Romão Gomes. 
Em 1934, uma comissão de diretores da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência de Ribeirão Preto, compareceu à cidade de São José do Rio Pardo a fim de convidá-lo a dirigir, como Diretor Clínico, o Hospital Imaculada Conceição, daquela Sociedade. Após acertada sua mudança, o povo prestou uma justa homenagem com um grande banquete e um memorável baile a rigor, onde compareceu o melhor da sociedade riopardense e da região. 
            Ao chegar em Ribeirão Preto, logo passou a destacar-se por sua grande habilidade como cirurgião e pelo brilhante papel que passou a desempenhar como Diretor Clínico. Guiado por mão firme e capaz o Hospital prosperou, passando a constar com um corpo clínico cuja fama ultrapassava os limites do município e do Estado. No entanto, desentendeu-se com a Diretoria Administrativa do Hospital e, por esta razão, demitiu-se do cargo de Diretor Clínico, sendo sua saída acompanhada por todos os médicos, em número de dezoito, o que demonstrava sua enorme liderança. Surgiu, então, a idéia da construção de um novo hospital moderno, que propiciasse à região um nosocômio totalmente à altura do seu progresso, e onde ele e os colegas pudessem exercer a arte de curar em adequadas condições. Nasceu naquele momento o Hospital São Francisco, cujo nome foi uma homenagem à Francisco Maximiano Junqueira, o Cel. Quito, e que logo passou a contar com a colaboração de grande parte dos médicos do local.        No dia 16 de novembro de 1942, com a presença de representativas figuras da sociedade ribeirão-pretana, e com a benção de Dom Manoel da Silveira D’Elboux, Bispo Diocesano, foi lançada a pedra fundamental do Hospital São Francisco que logo seria inaugurado passando a constituir um dos mais importantes hospitais do interior paulista. 
O advogado Camillo de Mattos foi quem aproximou o Dr. Waldemar Pessoa do casal Quito e Sinhá Junqueira, criando um laço de amizade que foi de grande proveito para toda municipalidade. Juntos realizaram grandes obras de enorme importância para a população, destacando-se: a Maternidade Sinhá Junqueira, destinada a amparar gestantes desvalidas; o Educandário Quito Junqueira, para abrigar, educar e encaminhar centenas de menores necessitados; a Biblioteca Altino Arantes, para proporcionar os livros necessários à formação intelectual dos jovens; etc; sendo tudo mantido pela Fundação Sinhá Junqueira. 
No final da década de 1940 a cidade de Ribeirão Preto viveu um movimento de reivindicações e várias pessoas passaram a se empenhara para que cidade ostentasse uma Faculdade de Medicina. Dr. Waldemar Pessoa, ao lado de ilustres personagens da história ribeirão-pretana com Paulo Gomes Romeo, Joel Carneiro, Geraldo de Camargo e Antonio Alves Passig, entre  outros, reuniam-se freqüentemente no Centro Médico e uma histórica sessão ocorreu no dia 15 de fevereiro de 1951. Em nome da Fundação Sinhá Junqueira, ele adiantou que a instituição cooperaria cedendo à Faculdade seu hospital ainda em construção. No dia 1º de outubro daquele ano foi criada uma comissão para instalação da instituição, constituída por duas subdivisões: Executiva – presidida pelo Dr. Zeferino Vaz; e Consultiva – na qual o Dr. Waldemar Pessoa era um dos membros de maior destaque. 
No dia 17 de maio de 1952 no Cine São Jorge, de Ribeirão Preto, o então Governador do Estado de São Paulo, Dr. Lucas Nogueira Garcez, oficialmente inaugurou a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, proferindo a Palestra intitulada “Tratamento Biológico das Águas e Esgotos”.            
Dr. Waldemar Pessoa muito colaborou nos primeiros tempos da instituição, opinando, discutindo e oferecendo toda sua larga experiência. Foi em grande parte por sua influência, junto à Sinhá Junqueira de que, além de amigo e confidente, era também médico, que a maternidade em construção foi transferida em regime de comodato ao Estado de São Paulo a fim de servir como hospital-escola. Na Faculdade, manteve sempre uma constelação de amigos e admiradores. Era amigo dos estudantes de Medicina, visitando sempre que possível o Centro Acadêmico “Rocha Lima” e a Liga Brasileira de Combate à Doença de Chagas. 
Não satisfeito com suas numerosas e importantes contribuições para Ribeirão Preto, fez-se eleger Deputado Federal para, desta forma, melhor servir também à região. Como Deputado conseguiu inúmeros benefícios para a região: vultosa quantia destinada à Escola de Artes Plásticas, a inclusão no orçamento da República de grandes quantias para a Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, Fundação de Pesquisas Médicas, asfaltamento da rodovia ligando Bonfim Paulista à Ribeirão Preto, Centro Acadêmico Carneiro Leão, Centro Acadêmico Rocha Lima.           
Na Câmara dos Deputados manteve sempre seu interesse em problemas de sua região, na preservação do patrimônio histórico nacional e, principalmente, na defesa da classe médica e dos problemas de saúde pública. Entre os projetos de lei por ele proposto estão o de número 321 que dispunha sobre o salário mínimo dos médicos; o de número 1147 que autorizaria o poder executivo a abrir, pelo ministério da saúde, o crédito especial de Cr$ 12.000.000,00 destinado a construção de um hospital em Presidente Epitácio, Estado de São Paulo; o de número 1254 que autorizaria o poder executivo a abrir, pelo ministério da saúde, o crédito especial de Cr$ 6.500.000,00 destinado a auxiliar a construção do Hospital-Beneficente Santo Antonio de Orlândia, Estado de São Paulo, todos eles propostos no ano de 1959. Dois anos depois, apresentou o projeto número 2988 que autorizaria o poder executivo a abrir, através dos ministérios da educação e cultura, o crédito especial de Cr$ 800.000,00 destinado à Sociedade de Biologia de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, em benefício do IV Congresso de Ciências Fisiológicas naquela cidade; o de número 3705 que dispunha sobre a realização da Festa Nacional do Café, na cidade de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo e o de número 3726, que dispunha sobre a prescrição de honorários médicos. No ano de 1962 apresentou o projeto número 4113 que dispunha sobre o exercício da profissão de técnico de laboratório e das outras providências; o de número 4189 que declarava de utilidade pública a Biblioteca Cultural “Altino Arantes” (Fundação), de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo; o de número 4224 que declarava de utilidade pública o Educandário “Coronel Quito Junqueira”, de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo; o de número 4421 que autorizaria o governo Federal a estabelecer convênio com o Estado de São Paulo para funcionamento de uma Faculdade de Agronomia e Veterinária, em Ribeirão Preto, São Paulo, e das outras providências; e o de número 4895 que autorizaria o poder executivo a tombar e adquirir o prêmio, situado na cidade de Brodowski, no Estado de São Paulo, que pertenceu ao pintor Cândido Portinari, com todo o acervo artístico e histórico nele existente. 
Além da medicina e política, exerceu inúmeras outras atividades, destacando-se: a participação, juntamente com outros quatrocentos delegados de outras nações, do Congresso Internacional de Saúde, tendo na ocasião visitado a China e a Rússia; Presidente do Centro Médico de Ribeirão Preto; Vice-Presidente, e depois Presidente, da Fundação Maternidade Sinhá Junqueira; Presidente do Educandário Coronel Quito Junqueira; Conselheiro eleito para o Conselho Regional de Medicina; Conselheiro da Fundação Ribeiro Pinto; Presidente do Fundo de Auxílio às Pesquisas Médicas; Fundador e Secretário-Geral da Liga Contra a Tuberculose de Ribeirão Preto; entre outras. 
Os últimos anos de sua vida extremamente produtiva foram dedicados assiduamente aos seus filhos e às crianças do Educandário Quito Junqueira, que tinham por ele verdadeira adoração e cujas manifestações de carinho muito o comoveram. Faleceu no município de Ribeirão Preto no dia 7 de abril de 1980, aos 83 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério Municipal. 
Recebeu diversas homenagens, pelas cidades por onde passou, principalmente em Ribeirão Preto onde permaneceu por mais tempo. Foi-lhe atribuído o Título de Cidadão, tanto em Casa Branca, quanto em Ribeirão Preto, pelos relevantes serviços prestados aos munícipes. Na década de oitenta, foi escolhido Patrono da Cadeira número 25 da Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto, pelo acadêmico Dr. Cesário Horta. O Anfiteatro da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, que teve nele um dos seus idealizadores, recebeu seu nome, além de ostentar uma bela fotografia sua. Também no município de Ribeirão Preto, foi mais uma vez homenageado com a criação da Fundação Waldemar Pessoa, que muitos serviços tem prestado à população. 
 

AGRADECIMENTO

Gostaria muito de agradecer ao Dr. João Paulo Musa Pessoa (filho do Dr. Waldemar Pessoa) e ao prestativo Casimiro Neto (funcionário do Centro de Documentação da Câmara dos Deputados), por terem gentilmente fornecido todo o material e informações que foram indispensáveis para a elaboração desta biografia.

               *Rodrigo Rossi Falconi: Médico graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e Membro-Fundador da Sociedade Brasileira de História da Medicina

Fonte: /www.sbhm.org.br/


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